sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Querida Filha

Ao ler a carta que a Rita Ferro Alvim escreve à sua filha, queria copiar a ideia aproveitar para te escrever uma a ti também, miúda.
Só que, pegando na dela, a minha seria bem diferente...

Querida filha, daqui mãe.
Escrevo-te pela primeira vez porque acho que chegou a altura de me conheceres.
Aconteceste para mim antes de aconteceres quando aconteceste para o mundo. Aconteceste no meu corpo, no meu coração, na minha cabeça, nos gestos que embalam o meu ventre. Aconteceste quando me peso, quando me deito, quando aperto os sapatos. Aconteceste quando lavei saladas, não comi carne mal passada e quando ouvi o teu coração. Quando te vi a preto e branco pela primeira vez, pela segunda e todas as outras. Aconteceste mesmo ainda antes de aconteceres.  Aconteceste no meu pensamento, nos meus planos, nos meus receios. Não Queria poder dizer-te que vais viver num planeta perfeito, onde não existe dinheiro, infelicidade, contas para pagar, doenças, morte, tragédias, e um dia a dia alucinante. Porque existe, porque vai sempre existir, e porque é bom que exista: só assim serás capaz de reconhecer o Bem, apreciar o Bom e decidir com a tua Liberdade como vais agir. Que não há Vais sentir stress. Queria dizer-te que não há maldade, nem inveja, nem competição, nem falsidade. Que não há frio e nem calor a mais. Que a noite não às vezes te vai meter medo, mas mesmo assim que os dias são sempre de sol. Que as pessoas não têm só lados bons e que nunca ninguém te vai passar a perna. Que vais fazer da tua paixão profissão, ou da tua profissão paixão, mesmo que não vais ter tenhas medo. Que nem tudo é seguro. Que não há químicos, que não há vícios, que não há interesses. Que a aventura dá sempre bons resultados, assim como a bondade, o amor e a verdade. Queria dizer-te que todos os teus sonhos vão acontecer, que a vida é música e festa e que nunca sempre haverão obstáculos. Queria dizer-te que não te vão dizer sempre tudo honestamente, calmamente, frontalmente. Que vais ter sempre uma oportunidade, que mas não vão sempre acreditar em ti, vais ter de lutar por isso. Queria dizer-te que nunca vais cair, que nunca vais sofrer. Que te vão amar incondicionalmente - eu vou, pelo menos. Que nem todos os dias te vais levantar com uma garra sem fim e que nunca às vezes te sentirás cansada. Queria poder dizer-te que eu não vou estar sempre a sorrir, que não vou ter sempre paciência, que nunca vou ralhar, ser injusta e que não vamos sempre estar em paz uma com a outra. Queria dizer-te que não vou estar sempre atenta e que não te vou sempre amparar, que nem resolverei todos os teus problemas. Queria dizer-te que não vou dar os melhores conselhos, que não vou saber estar calada. Que nunca te vou traumatizar, magoar, castigar, desiludir; mas não de propósito, nunca de propósito.
Queria dizer-te tudo isto e muito mais mas não posso para que venhas preparada para a alegria que é a vida, tal como ela éPorque se tirássemos as dificuldades à vida, o que nos restaria?  Mas queria que soubesses já que para mim aconteceste mesmo ainda antes de aconteceres quando aconteceste, e que mal posso esperar para te trazer para esta aventura que é a vida, onde estarei sempre ao teu lado.
E que a isso se chama amor.
Adoro-te, mãe.
P.S. - Percebo a tentação da Rita de escolher só as partes fáceis da vida para aqueles de quem gosta. Mas a minha concepção da Vida não me deixa acreditar no mesmo - especialmente nesta altura de Quaresma. Sem dificuldades, quem seria eu? Sem contrariedades, como me teria superado? Sem desgostos, como teria eu crescido? Viver não é um passeio no parque, e ainda bem. A felicidade não vem das coisas fáceis, nunca. Isso aprendi e isso irei ensinar.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

"A nossa misericórdia tem que exceder sempre o nosso juízo"

Excelente artigo de Laurinda Alves no Observador.

Francisco e o lenço branco pendurado na macieira

Tornemos estas interpelações nossas:
♥ Perdoo quando e quanto devo? Ou mantenho-me firme e irredutivel no meu orgulho, certo de que ter razão será o meu consolo?

♥ Peço perdão quando sei que magoei alguém ou que procedi de forma incorrecta? Sei reconhecer os meus erros humildemente?

♥ Aconselho os outros a pedir perdão e a perdoarem? Ou encorajo-os a preservar rancores?

Se nesta Quaresma não nos dispusémos a nada mais, não é tarde para tentarmos pôr em prática os conselhos do Papa e rodearmo-nos de lenços brancos erguidos. E se falharmos uma vez, voltaremos a tentar. Não é isso a reconciliação misericordiosa?

da série "homens a sério" #6


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A maternidade e o mito de ter filhos






 ‘O contrário do amor, não é o ódio, mas o possuir.’        Chiara Corbella Petrillo








Inês Dias da Silva
16 Fevereiro 2015

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Receita - Confiança às colheradas!


Ingredientes: Intenção Capacidades

I- Melhorar a sua Intenção 


1) Examine os seus motivos (coloque  a si próprio os " 5 porquês". Assim que começar a definir a sua verdadeira intenção, pergunte a si mesmo: Estou motivado apenas pelo meu interesse pessoal ou pelo interesse de todos)

2) Escolha abundância (Pergunte a si mesmo : Eu acredito que existem recompensas, créditos, reconhecimentos e benefícios para todos?)

3) Declare a sua intenção (Escolha a intenção que sirva melhor a todos, incluindo a si mesmo. Declare,assinale,clarifique e discuta-a: especialmente quando não for clara.)

II- Desenvolver a sua Capacidade


1) Concentre-se nos seus pontos fortes (Alimente as suas forças. Quais são? Quais são os seus talentos naturais? O que pode fazer melhor? Anule as suas fraquezas juntando-se a outros que são fortes onde você não é)

2) Mantenha-se relevante (Conecte as suas forças às oportunidades. Onde é que pode dar contributo único e de valor acrescentado?)

3) Saiba para onde vai (Especifique o seu contributo único. Defina como visão mobilizadora à acção.)


Fonte: Stephen R. Covey 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Porque hoje é Sexta-feira (VI)


Mais uma sexta-feira (da Quaresmas) mais uma receita a combinar. Desta fez trazemos um aperitivo: Fresco e muito italianoooo.
Com um dos meus queijos preferidos: Mozarella fresquinha e Basilico, mais o Tomate Cherry é a combinação prefeito.

Conheça o Caprese Pops:


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Educar para amar.

Na semana em que o mundo festejou o dia dos namorados, os meios de comunicação social portugueses noticiaram que  "Um em cada seis jovens acha normal forçar relações sexuais" (sim 1 em cada 6!):
"(...) distingue três tipos de violência: psicológica, física e sexual. No que à violência sexual diz respeito, 32,5% dos rapazes (em oposição a 14,5% das raparigas) acham normal que se forcem as relações sexuais – uma média de 16% de todos os inquiridos. A questão da violência sexual é mais ampla do que o forçar as relações sexuais; no entanto, e nessa medida 23% dos inquiridos consideram-na “legítima”. Em contrapartida, só 4,5% dos jovens assumem já ter sido vítima de violência sexual.
A violência psicológica é encarada como aceitável por quase um quarto dos jovens portugueses, e 8,5% reconhecem já terem sido vítimas. Igualmente alarmante é que 9% dos inquiridos considerem a violência física como legítima, e 5% assumiram já ter a sofrido. (...)"
"23% dos jovens portugueses consideram legítima a violência sexual" Como é que este numero pode ser possível? Como é que isto é aceite? Atenção, não estamos a falar de velhos retrógrados, estamos a falar dos jovens, jovens que vivem numa sociedade em que a violência é constantemente condenada e as relações sexuais são cada mais "iluminadas"!
Dá que pensar...
Mais uma vez comprova-se que a Educação Sexual nas escolas limita-se a ensinar os nossos jovens a fazerem sexo e não ensinam a amar, ensinam a meter um preservativo e não a cuidar de uma mulher, dão a pilula do dia seguinte e não mostram como deve ser um namoro a sério (e ai das instituições retrogradas que tentarem mostrar a dignidade do amor humano!)
Torna-se garantido e torna-se fundamental para o namoro, por isso é bom que o faças, mesmo que seja à força, o possuir é confundido com o cuidar.
Querem acabar com a violência no namoro e a violência doméstica, então que a Educação ensine as crianças a amar, a cuidar, a esperar, a zelar, a tratar, a preocupar, a estimar...
Espero que este estude ilumine os iluminados até lá é caso para citar os Pink Floyd:
 
 

Cá está uma mulher que não tem medo dos impostos:

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Porque hoje é o dia dos Namorados

 
Namoro que é namoro dura até depois do casamento!
 

Tia

Árvores de Oliveira por Vicent Van Gogh
 
Hoje fazia anos uma pessoa importante para mim.
Importante porque foi graças a ela que eu sou quem sou.
Há pessoas assim, que nos ajudam a ser:
Com elas definimos gostos, aprendemos conceitos, interiorizamos a lógica das coisas.
Aprendemos a dar importância ao que é importante e aprendemos o que é importante.
O resto resolve-se.
Hoje fazia anos essa pessoa.
Que me ensinou sem palavras, com actos, com atitudes virtuosas, coerentes e corajosas.
É o primeiro aniversário que ela passa no Céu.
Mesmo com fé, custa tanto a distancia e a partida faz sofrer.
Hoje vou festejar.
Porque hoje fazia anos a pessoa que me deixou saudades, é tão bom e tão cruel deixar saudades.
Hoje vou festejar tal como estivesse cá.
Porque ela está mesmo aqui, dentro de mim, porque graças a ela sou quem sou.
Hoje na minha agenda está marcado os 82 anos que fazia.
82 era nada perante a sua juventude.
Hoje agradeço a oportunidade de ter lutado com ela, de ter vivido com ela, de ter aprendido com ela e de ter cuidado dela.
Hoje fazia anos uma pessoa que me ensinou o mais difícil de ensinar, o mais difícil de compreender e o mais difícil de Amar.
Hoje fazia anos a pessoa que me mostrou Deus.
Hoje não fazia anos, faz anos a minha Tia-avó que foi uma espécie de "Tia-mãe".
Parabéns minha querida Tia Alice Helena.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Je Suis Centro Paroquial de São Martinho das Moitas

 
Sabem quando as leis existem e ninguém questiona a sua utilidade?
Não é preciso ser doutor, advogado ou juiz para perceber quando as leis estão nitidamente separadas da justiça. Em Portugal é comum, talvez porque vivemos num tempo burocrático: "Oh menina se não tem o papelinho, assinado, carimbado não pode fazer nada".
Nunca gostei de burocracias nem de papeis, não é por ser rebelde, eu percebo a sua utilidade, é mesmo por ser desorganizada, nunca sei onde meti o comprovativo, o atestado e o talão...
Por isso choca-me a importância das instituição aos papeis.
Mas choca-me ainda mais quando essa importância prevalece sobre valores essenciais à humanidade: a caridade, a generosidade, a solidariedade...
 
O Centro Paroquial de São Martinho das Moitas, em São Pedro do Sul, foi multado em 6300 euros pela Segurança Social porque apoiou mais seis pessoas do que estava acordado. A ajuda devia ser para 30 pessoas, mas o Centro Paroquial ajudou mais seis.
O padre Ricardo Correia salientou à rádio VFM, de Viseu, citado pela TSF, que desconhecia a lei: "Sentimo-nos mal por vermos que por alimentarmos os nossos pobres somos multados." Acrescentou que querem ser "o mais prestável possível" a quem pede ajuda: "Estamos a falar de pessoas que não têm ninguém, que não sabem ler, não sabem escrever. Nós somos as únicas pessoas que eles veem diariamente." Garantiu ainda que os seus utentes que não estavam no acordo com a Segurança Social, eram ajudados pela instituição. "Éramos nós que suportávamos todas as despesas e todos os gastos", disse.
A multa de 6300 euros surgiu após uma denúncia - que levou à realização de uma inspeção - e por considerar o valor "desproporcionado" e por não ser correto receber uma multa "por dar de comer a pessoas pobres", o padre Ricardo Correia recorreu à justiça. O Tribunal de Trabalho de Viseu reduziu o valor para 2500 euros. 
Sim, uma instituição de solidariedade social levou uma multa porque ajudou mais 6 pobres do que estava previsto pela lei, pois a Segurança Social é o dinheiro dos contribuintes e nada de ajudar os pobres não previstos, a não ser que esses sejam donos de um Banco. Atenção que o tal Padre Ricardo recorreu à "justiça" e esta reduziu a multa para 2500€ (!!!!)

Acontece que essas pessoas a mais, não são simplesmente um numero, nem um papel por carimbar, na secretária da Segurança Social, são pessoas, que passam privações, sofrimentos e é nosso dever ajudar:
Elas têm um nome, elas têm uma história:

São três irmãs, todas cegas de nascença. Maria, a mais velha, tem 69 anos. Conceição, 65, e Ana, 62. Vivem juntas desde sempre, em Covas do Rio, S. Pedro do Sul, onde não têm mais familiares.
Vale-lhes o apoio domiciliário do Centro Social e Paroquial de S. Martinho das Moitas. "Foi isto que a Segurança Social não viu", considera José Martins, vice-presidente da instituição, multada em 6300 euros pela Segurança Social por apoiar mais pessoas carenciadas do que o acordado.
"Entendemos que não roubámos nada a ninguém. Apenas recebíamos apoio para 30 pessoas e nós ajudávamos 36. Estamos a falar de pessoas que vivem isoladas", adianta, considerando que se tratou de "um lapso" da Segurança Social. 


 
 

As três irmãs, Maria, Conceição e Ana, com a vizinha Idalina, que costuma levar couves



Porque hoje é Sexta-feira (V)

Lembra-se da nossa rubrica: "PORQUE HOJE É SEXTA-FEIRA"? pode ver AQUI. 
(uma receita vegetariana ou de peixe, divertida para ajudar na abstinência da Quaresma!)
Como voltou a Quaresma voltou o "PORQUE HOJE É SEXTA-FEIRA"
 
Mas o "PORQUE HOJE É SEXTA-FEIRA" tem uma novidade, as receitas são transmitidas em pequenos  filmes, simples, onde se poder ver os resultados logo, vai ficar com água na boca.
 
A primeira receita da primeira Sexta-feira de 2016 é tãooooo fácil, pode fazer com os miúdos ou também pode fazer para os amigos que vão passar o serão lá em casa:
 
Tomato Mozzarella Garlic Bread Dippers
 
 

A censura no séc. XXI é feita por nós

A Maria das Palavras partilhou - e muito bem! - esta pequena reflexão sobre a 'censura' que praticamos no dia-a-dia.

Tudo o que não sejam opiniões convergentes com as nossas, tendemos a descartar como fruto de burrice, crendice ou demagogia pura. Não raras vezes, ofendemos os portadores dessas opiniões, em vez de rebatermos as opiniões em si.
Mas isso não impede que elas existam, pois não?

E então, o que se pode fazer? Tapar os olhos e esperar que toda a gente pense como nós, ou aceitar que há diferenças que se podem discutir e respeitar.
Eu cá voto na segunda hipótese.

Alguns exemplos no filme - com o bónus de um 'British accent' fenomenal :)



"Unless someone is breaking the law by inciting a crime with their words, I believe it is a crime not to hear them." -Julie Bindel

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

11 de Fevereiro: Porque hoje é o dia do Doente


Hoje é o dia do doente
 
A nossa Sociedade tem aversão a esta espécie de homens: os doentes e os velhos. Rotulados como inúteis criaturas, pobres almas de Cristo.
Somos egoístas, mas também somos cegos, não percebemos que na doença - nossa e dos outros - há um oportunidade incrível de conversão, de sermos melhores, uma oportunidade de construção de uma sociedade mais humana, mais generosa, oportunidade de viver o Amor no seu total sentido.
Podemos acompanhar, acarinhar, cuidar, amar, tratar, mas tudo o que ganhamos com eles é sempre mais e melhor. Fazem-nos melhores pessoas, mais generosos, mais humanos, ajudam-nos a centrar o que é importante na vida e a relativizar o que não é, ensinam-nos a sermos descomplicados e simples. 
Tema complexo, tema com muito sofrimento, tema com lágrimas: a doença.
Por isso neste dia não queria deixar de apresentar três bons textos sobre a Eutanásia, um jurista, um psiquiatra e uma jornalista.
Depois de legislar sobre a vida, agora "eles" também querem legislar sobre a morte, vale a pena reflectir, pensar e ponderar, porque a doença toca a todos:
 
 

86,500 mil milhões

 foi o dinheiro garantido à banca, desde 2007.
Ajudas a bancos portugueses já superam o resgate da troika.
Dá que pensar
 
 

Outros blog's

conselhos de uma família muito especial: AQUI

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Ainda existe boa publicidade (IX)

Irreverente, criativa, algo irreal, mas sobretudo divertida.


Excelente anúncio da Doritos que passou no SuperBowl, que talvez tivesse passado despercebido, não fosse a NARAL Pro-Choice America ter ficado ofendida por, cito, "terem humanizado os fetos" e estereotipado homens e mulheres. Q'horror... 

#NotBuyingIt - that @Doritos ad using #antichoice tactic of humanizing fetuses & sexist tropes of dads as clueless & moms as uptight. #SB50
Felizmente, já houve quem lhes respondesse à altura.

E é isto que boa publicidade faz: pensar, discutir conceitos e falar da marca. Up top, Doritos!

Porque hoje é Quarta-feira (de cinzas)

+:)
 
 
 
Hoje começa a Quaresma.  
A Quarta-feira de cinzas dá inicio aos 40 dias mais intensos da vida de um cristão, oração jejum, abstinência, sacrifício... palavras que não estão fora da moda.
As cinzas simbolizam esta humildade, esta certeza de que nada somos.
Por isso hoje, e na Sexta-feira Santa, vivemos o jejum (só uma refeição completa no dia) e a abstinência (sem carne), que repetimos todos as sextas-feiras da quaresma.
É uma forma de manter a Igreja unida (pois todos os católicos: gregos, troianos, marroquinos e iranianos ao cumprirem este preceito tornam-se mais unidos na fé) é também uma forma de meter o corpo a rezar, há quem diga que é anacrónico e exagerado, mas normalmente quem se refere desta maneira ao preceito da Igreja não hesita em fazer dietas mirabolantes.
O HEart (como em todos os anos) durante todas as sextas-feiras da quaresma vai sugerir uma receita vegga ou de peixe, esteja atento.
 
Entretanto aqui fica uma ajudinha:
 
 
 

Começa a Quaresma

Tempo de espera. Tempo de conversão. Tempo de misericórdia.
Estamos preparados? Possivelmente não, por isso preparemo-nos. Aconselha-se a leitura da mensagem do Papa.

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2016

«“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13).
As obras de misericórdia no caminho jubilar»

1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada
Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.
Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.

2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia
O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.
Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf Misericordiӕ  Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.
Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d'Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

As 4 Batotas de Quaresma

Com a Quaresma a bater à porta, cria-se uma ocasião propícia a que nos proponhamos a nós próprios fazer um sacrifício durante 40 dias, tal como Jesus fez ao passar 40 dias no deserto.

Pela nossa natural aversão a sacrifícios (então se forem voluntários, não há falta de falsos amigos que nos intitulem de masoquistas!), às vezes podemos incorrer numa de 4 batotas. Como somos vossas amigas de verdade, vamos listá-las para que as possam identificar evitar:

 Batota #1: Impossível falhar
Exemplos: Estar com mais atenção nas aulas ou Rezar o Credo na missa com mais fervor
Descrição: Escolher coisas fáceis e/ou imensuráveis. A intenção pode ser óptima, mas o resultado final dificilmente será obtido com esforço, se já o fazemos regularmente . Até porque não há maneira de medir o sucesso que tivemos!

 Batota #2: Isto vai ser canja
Exemplos: Não comer aquelas lentilhas horrorosas que a minha avó faz
Descrição: Abdicar de algo de que já não gostamos - não custa nadinha e o sucesso é garantido. Esta batota até pode ser útil, se fizermo o inverso!

 Batota #3: Juntar o útil ao agradável
Exemplos: Não comer açúcares, glúten, lactose... só sumos verdes!
Descrição: Usar a Quaresma para alcançar um sucesso pessoal que já queríamos, como uma dieta - se eu já queria emagrecer mas não consigo, pode ser que assim funcione certo? Podem fazer dieta, mas isso não é um sacrifício de Quaresma.

 Batota #4: Não perco nem 1 segundo
Exemplos: Vais deixar de beber Coca-Cola? Boa ideia, também vou fazer isso!
Descrição: Deixar outra pessoa escolher o nosso sacrifício quaresmal é meio caminho andado para não estarmos empenhados, focados, motivados e para não nos sentirmos responsáveis. Além disso, aumenta o risco de estarmos a cair numa das outras batotas - afinal, não gostamos todos do mesmo da mesma forma.

Por isso, lembrem-se: O sacríficio na Quaresma serve para nos relembrar o que Alguém passou por nós, e o quanto nós nos queremos unir a Ele, partilhando da Sua dor e fazendo memória. 

De resto, não há fórmulas. Tirem o dia de amanhã para pensar nisso, afinal não é só um formalismo. No caminho, é comum aprendermos que a disciplina e o sofrimento podem ser fontes de coisas boas e de uma enorme aprendizagem sobre nós mesmos e os outros.
Não acreditam? Experimentem só, depois falamos

N'América é assim

Até a mais extravagante e estapafúrdica e estrambólica cantora tem patriotismo dentro de si:
(50 Anos do Super Bowl)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

HEart na comunicação social | Diário Insular #10

Estava eu na casa-de-banho quando ouço.
"quem é aquela?"
Sem se aperceberem da bom acústica, que as casas-de-banho costumam ter, ouço a resposta:
"É só uma rapariga do sótão"
Foi assim que surgiu o tema deste artigo, sem maldades, sem rancores, crónicas de uma rapariga, que é só uma rapariga do sótão.  
 
(Diário Insular | 05 de Fevereiro de 2016)
 
 
(para ler melhor clique na imagem)

Porque é carnaval

e isto é que é samba do bom.
 

O que é que eu tenho a ver com o orçamento?

Assim de repente, a resposta para a maioria das pessoas podia ser: nada.
Não temos de o elaborar, não temos de o executar, nem temos de o perceber.

Mas... e se tiver alguma coisa a ver connosco? Imaginemos os seguintes 3 exemplos:

  • Impostos sobre o combustível
- Se eu tiver carro, vou pagar mais? 
- Parece-me evidente.
- Ah mas como não tenho... 
- Alto e pára o baile! Quando compras a merenda na escola, de onde vem?
- De onde vem? Ora, vem da senhora atrás do balcão...
- Sim, mas quem lho entrega a ela?
- Ah, então o Sr António que vem naquela camioneta grande entregar os produtos...
- Pois, porque a merenda é feita em Almeirim, e tem de vir ter à escola num transporte, que por acaso usa combustível.
- Oh mas vai ficar mais cara a merenda?!
- Possivelmente. Ou então o Sr António ganha menos dinheiro. E o mesmo para os chocolates, as frutas e legumes, até a roupa que a mãe te compra.

  • Fim do quociente familiar
Cada filho adicional vai ficar mais caro ao casal, porque em vez do quociente haverá um valor fixo por filho.
Qual é o mal?
Depende: Se achamos que a sociedade ter filhos, multiplicar-se, formando-os e tornando-os capazes de trabalhar (e contribuir para a Segurança Social) é uma coisa boa, então um desincentivo económico é mau. 
Se achamos que o ideal é haver pouca gente a ter filhos, idealmente só os mais ricos, porque as crianças fazem barulho e ranho e não acrescentam nada para a sociedade (talvez nem aos próprios pais), então nesse caso acho que esta medida pode ser aplaudida.

  • Imposto sobre as transacções
O senhor do café, o senhor do chinês, a senhora da mercearia (e também os senhores da Zara) - todos vão pagar mais por cada vez que nós pagarmos com cartão.
E então?
Bom, sabem aquelas raras vezes em que ainda ouvem "Não temos multibanco"? É provável que aumentem.
Ou quando dizem "Só aceitamos multibanco para valores superiores a 542€" - porque nesses valores em principio o que pagam a mais por uso do cartão é menos do que o que a loja ganha com uma venda desse valor. (Não esquecer que ambos os casos podem resultar em perda de vendas - mas isso é problema do dono da loja).
Se o comércio ainda tiver MB, para não perder vendas, como vai pagar mais por cada utilização, acham que os preços vão
(a) aumentar?
(b) manter-se?
(c) diminuir?
Pois, provavelmente é (a).

Então, no orçamento estão coisas que podem de facto tornar a minha vida mais cara? Pois. É exactamente isto que eu tenho a ver com o orçamento. Raios m'apartam!



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Não há argumentos para ter filhos

A propósito deste post, dei por mim a pensar “Porque é que eu vou ter uma filha?”
É uma pergunta meio ingrata, assim ao género prognostico no fim do jogo. Mas é relevante, porque não foi planeado-ao-milímetro.

E a resposta que me veio imediatamente foi: Vou ter uma filha porque posso engravidar. Vou ter uma filha porque engravidei. Ainda antes de eu saber que era uma menina, ela estava lá. Já sabia que uma ou um podiam ser gerados, mas só vou ser mãe porque a vida se gerou efectivamente.

Não tenho argumentos para ter filhos. Também não tenho argumentos para NÃO ter filhos. Nunca tive um desejo desmesurado de ser mãe, como também nunca tive um medo irracional de o ser, até porque sempre suspeitei que viesse a acontecer. 

Na verdade, não vou ser mãe por isso. Nem eu andava em pulgas, nem ninguém me convenceu a ficar. É simplesmente uma consequência do meu casamento, da minha (nossa) entrega, e não é racionalizável nem "convencível". Vou ter um filho porque posso engravidar, porque engravidei e porque toda a gente já o fez e eu hei-de conseguir fazê-lo, melhor ou pior, aprendendo no caminho, mas sempre a pensar mais fora de mim que em mim. 

Mas então, há argumentos para ter filhos?
Ouvem-se regularmente pais que vêem os filhos como uma posse, como um direito, como uma "coisa" que lhes pertence e que lhes serve os seus propósitos. 
Com um filho eu ficarei realizado. Com um filho é que eu vou saber o que é amar. Com um filho eu prolongo a minha linhagem. Com um filho eu tenho a quem deixar a casa. Com um filho eu tenho quem me sustente. Com um filho eu serei feliz. Com gémeos eu fico "despachado".
E são isso razões para ter um filho? Se são, deixem que vos diga sem muita cerimónia que são razões bem egoístas. Reparem na utilização de pronomes pessoais na 1ª pessoa do singular! “Eu”, “minha”, “me”. Podem ser verdade – o nosso desejo de procriação é tão básico que sim, tem de haver motivos egoístas para termos filhos, senão a taxa de natalidade seria negativa! -, mas não há nada mais redutor.

Também eu terei as minhas fases em que verei vantagens pessoais em ter filhos, mas na teoria pelo menos vejo a falácia. Se eu tenho um filho por mim, estou a tê-lo pela razão errada. Um filho é um ser independente de mim – ainda que dependa muito de mim nos primeiros anos. Mas não é, nunca é, uma extensão de mim mesma.
É uma pessoa nova, única, irrepetível, com os seus próprios gostos, desejos, ambições. Não prometo olhá-la sempre assim (quando me disser que quer ser graffiter, acham mesmo que não a vou tentar convencer a ir para gestão?), mas a realidade não estará do meu lado. A realidade é que, desde a concepção, que a minha filha é algo distinto de mim, dentro de mim. E isso é tão bonito quanto é aterrador. Se eu pensasse nisso antes, secalhar não seria mãe*. 

Por isso não, não há argumentos para ter filhos. 

Os filhos têm-se e pronto.




*Nisso e nos enjoos. Ou só nos enjoos. Isso.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Reencontrar o Sal da vida

O António veio acrescentar muito mais que uma ideia ou projecto. Deu respostas simples e consistentes sobre o sentido da vida e suas atitudes/perspectivas sobre a mesma, perante uma doença que não ultrapassa, mas passa a viver com ela.

O que é preciso fazer reencontrar o Sal da vida, foi uma das perguntas, e a resposta do António foi a seguinte: encontra-se no Amor que existe na família e entre os amigos!

Acrescentar:

“Adaptação, Loucura (q.b.), Esperança e saber que os problemas são muito maiores vistos ao longe do que ao perto.”