segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

As 4 Batotas de Quaresma

Com a Quaresma a bater à porta, cria-se uma ocasião propícia a que nos proponhamos a nós próprios fazer um sacrifício durante 40 dias, tal como Jesus fez ao passar 40 dias no deserto.

Pela nossa natural aversão a sacrifícios (então se forem voluntários, não há falta de falsos amigos que nos intitulem de masoquistas!), às vezes podemos incorrer numa de 4 batotas. Como somos vossas amigas de verdade, vamos listá-las para que as possam identificar evitar:

 Batota #1: Impossível falhar
Exemplos: Estar com mais atenção nas aulas ou Rezar o Credo na missa com mais fervor
Descrição: Escolher coisas fáceis e/ou imensuráveis. A intenção pode ser óptima, mas o resultado final dificilmente será obtido com esforço, se já o fazemos regularmente . Até porque não há maneira de medir o sucesso que tivemos!

 Batota #2: Isto vai ser canja
Exemplos: Não comer aquelas lentilhas horrorosas que a minha avó faz
Descrição: Abdicar de algo de que já não gostamos - não custa nadinha e o sucesso é garantido. Esta batota até pode ser útil, se fizermo o inverso!

 Batota #3: Juntar o útil ao agradável
Exemplos: Não comer açúcares, glúten, lactose... só sumos verdes!
Descrição: Usar a Quaresma para alcançar um sucesso pessoal que já queríamos, como uma dieta - se eu já queria emagrecer mas não consigo, pode ser que assim funcione certo? Podem fazer dieta, mas isso não é um sacrifício de Quaresma.

 Batota #4: Não perco nem 1 segundo
Exemplos: Vais deixar de beber Coca-Cola? Boa ideia, também vou fazer isso!
Descrição: Deixar outra pessoa escolher o nosso sacrifício quaresmal é meio caminho andado para não estarmos empenhados, focados, motivados e para não nos sentirmos responsáveis. Além disso, aumenta o risco de estarmos a cair numa das outras batotas - afinal, não gostamos todos do mesmo da mesma forma.

Por isso, lembrem-se: O sacríficio na Quaresma serve para nos relembrar o que Alguém passou por nós, e o quanto nós nos queremos unir a Ele, partilhando da Sua dor e fazendo memória. 

De resto, não há fórmulas. Tirem o dia de amanhã para pensar nisso, afinal não é só um formalismo. No caminho, é comum aprendermos que a disciplina e o sofrimento podem ser fontes de coisas boas e de uma enorme aprendizagem sobre nós mesmos e os outros.
Não acreditam? Experimentem só, depois falamos

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